Afinal, Porque estar em Compliance é bom para minha empresa?

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Incentivar o sentimento de pertencimento é a aposta das empresas para valorizar os funcionários e garantir a adoção de práticas de compliance pelos colaboradores. A proposta, apresentada no Tá na Mesa desta quarta-feira (18), na Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), já faz parte da rotina de organizações como Siemens, AGCO, Unimed Porto Alegre e Mercur.

De acordo com o CEO da Unimed Porto Alegre, Glauco Samuel Chagas, é preciso trabalhar os colabores para que se sintam parte da empresa e queiram a sustentabilidade do negócio. “Nós os incentivamos sempre a pensar no nosso público final. Se quebrarmos, como fica nossa responsabilidade com todos que confiam e dependem do nosso trabalho?”, questionou. Com tamanha importância social, a Unimed criou, em 2012, um código de conduta, que faz parte da cultura estratégica colaborativa da empresa. Com ela, colaboradores, cooperados e fornecedores, compreendendo o significado do seu trabalho, passaram a fortalecer as práticas de transparência e controle interno.

Outra opção, adotada pela AGCO, foi a construção de canais de comunicação para público interno e externo, que passaram a ter voz ativa na organização da empresa. “Em 2010, fizemos um mapeamento de risco para analisar as áreas em que estávamos mais expostos. Desse relatório, criamos departamentos e treinamentos para monitorar e criar soluções periodicamente”, revelou o vice-presidente Financeiro da América Latina da AGCO, Júlio Cesar Escossi.

Essa integração torna os funcionários colaboradores do programa, evitando que se sintam julgados e observados pelas práticas de compliance. “Em alguns casos, o público interno acha que a empresa o quer controlar ao adotar esse sistema, o que cria um sentimento de desconfiança”, observou o diretor de Compliance da Siemens, Reynaldo Goto. Segundo ele, além desse sentimento de controle, os principais desafios ao implementar o programa dentro de uma organização é adaptar as práticas conforme a atuação e necessidades da organização; e entender a complexidade do tema.

Sobre isso, o facilitador e conselheiro de Administração da Mercur, Jorge Hoelzel Neto, ressaltou que é fundamental, antes de adotar qualquer prática, conhecer a empresa, saber qual o papel dela no mundo e o que ela quer entregar às pessoas. “Nós queríamos entregar bem-estar para as pessoas. A partir desse ideal, elegemos princípios a serem seguidos, como valorizar a vida, buscar soluções relevantes ao público e conservar a alma da empresa. Com esses valores em mente, trabalhamos para que sejam cumpridos”, explicou.

Desse passo a passo, os convidados lembraram que compliance não é uma prática que vai surgir inesperadamente na empresa, mas precisa ser construída por todos. Essa ideia vai ao encontro dos lemas da Federasul, que focam em engajamento e força coletiva para o progresso econômico.