RS não fez a tarefa de casa

Economista pediu o amadurecimento político da população – Foto: Itamar Aguiar

Economista pediu o amadurecimento político da população – Foto: Itamar Aguiar

O tempo passou, assim como as oportunidades para impedir a crise financeira vivida por todos os gaúchos. Para o ex-secretário Estadual da Fazenda, Aod Cunha (2007/2009), o Rio Grande do Sul não foi um bom aluno e deixou de fazer a tarefa de casa, atrasando as possibilidades de desenvolvimento sustentável. Mesmo distante do Estado, o economista revelou durante o “Tá na Mesa” da Federasul, nesta quarta-feira (03/08), que acompanha as medidas adotadas pelo atual governo e sentencia “reverter os atuais números é um desafio bastante difícil”. Para ele, a fórmula adotada ao longo dos anos não foi a melhor e aconselha “é preciso viver dentro da receita corrente. Há muito tempo os gastos estão descolados da arrecadação”.

A renegociação da dívida do Estado com a União também não pode ser vista como a salvação do cofre Estadual, pontua Cunha ao sugerir que sejam adotadas medidas duras e estruturantes no setor público que possibilitem a adequação dos gastos. Caso contrário, os parcelamentos e atrasos de salários, as graves ocorrências no setor de segurança e as dificuldades na saúde e educação devem continuar no horizonte dos gaúchos.

Precisamos assistir o amadurecimento político da população

A maior participação das pessoas no ambiente político faz parte da receita do economista, que aponta os embates em torno das reformas estruturantes no Congresso Nacional como a principal encruzilhada a ser vencida nos próximos dois anos. “Reformas importantes são difíceis de serem executadas em ambientes democráticos”, avalia ao lembrar que o Brasil raramente consegue fazer reformas que aumentem a geração de investimentos e produtividade.

Ou seja, os desafios são muitos e parecem pesados. O mais urgente, segundo Cunha, é a reforma da previdência, além da essencial melhoria na qualidade da educação. O ex-secretário ainda acredita que é preciso mobilização e coesão social para que a população aceite perdas concentradas no curto prazo e ganhos ao longo prazo. “Isso exige mais maturidade e menos “infantilidade” política”, finalizou.

PUBLICADO EM: 3 de agosto de 2016