Reflexos econômicos do COVID-19 são debatidos pela Federasul

Reunião de Integração foi transmitida por conference call para filiadas e contou com a presença do governador Eduardo Leite. Eventos públicos e agendas externas da Entidade estão SUSPENSAS até 10/04, podendo ser prorrogado

Eduardo Leite durante conference call na FEDERASUL. Foto: ROSI BONINSEGNA

Respeitando os protocolos impostos pelas autoridades de saúde, a Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (FEDERASUL), promoveu na manhã desta quarta-feira (18), uma reunião com membros de sua diretoria e autoridades políticas.

No inicio do encontro foram distribuídas aos participantes pequenas embalagens de álcool gel oferecidas pela Unimed Porto Alegre, parceira da Entidade. De acordo com a presidente da Federasul, Simone Leite, estão sendo cumpridas as determinações das autoridades de saúde e a Entidade está preocupada com os efeitos econômicos do coronavírus. A Federação criou uma comissão interna para tratar dos impactos e propor soluções, além de integrar o comitê de crise do Governo do Estado que trata do mesmo assunto:

“A situação que estamos vivendo é preocupante, mas precisamos manter a calma e seguir os protocolos de saúde. Não é histeria, porém faz-se necessário a discussão dos reflexos na economia, bem como a manutenção de emprego e o cumprimento das obrigações legais”, disse Simone.

Seguindo esse raciocínio, o vice-presidente Anderson Cardoso afirmou que “o que está em jogo é a sustentabilidade de empresas. É momento de Estado e União serem parceiros dos empresários. Não cabem imposições, pelo contrário, o caminho é a flexibilização da legislação, seja ela fiscal, tributária ou trabalhista”, disse.

Para Rafael Goelzer, vice-presidente de Integração, “os resultados são nocivos à saúde pública e à saúde financeira das empresas e da economia como um todo. As empresas já “sangram” há anos. O plano apresentado pelo Ministério da Economia é muito acanhado, frente o que foi divulgado pelo governo dos Estados Unidos. Uma cifra de quase R$ 150 bi é ínfima. Não basta oferecer linhas de crédito subsidiadas por bancos públicos. É necessário algo mais profundo e abrangente”, afirmou.

COVID-19 no RS

Com o avanço dos casos de infecção pelo coronavírus no RS, o governador Eduardo Leite trouxe detalhes sobre o planejamento no combate da doença. No horizonte do Governo do Estado está a queda de arrecadação e o aumento dos gastos com saúde. Para Leite “a tendência é que haja aumento dos casos e medidas mais duras sejam tomadas, tal como a decretação de emergência e ampliação do período de quarentena. Estamos empenhados na aquisição de equipamentos de ventilação mecânica. Esta é uma medida de esforço coletivo, tanto da sociedade quanto do Governo Federal com o aporte de recursos, sejam por meio de bancos públicos ou Ministério da Saúde”.

As restrições das atividades industriais não estão descartadas. De acordo com o governador a estratégia está no controle e higienização, bem como avaliar o nível de aglomeração de pessoas, característica de plantas da indústria de proteína animal, que possui um agravante que é a alteração de temperatura que pode facilitar a infecção pelo COVID-19. ”Neste momento não vemos a necessidade de restringir, mas temos que nos ater ao médio e longo prazo. A quebra de protocolos de saúde alimentar impõe sérias consequências, uma delas é o embargo da exportação de proteína animal, bem como a anulação de certificados sanitários”, advertiu.

Países como Argentina e Uruguai já fecharam suas fronteiras com o Brasil. O governador afirmou que a PGE (Procuradoria Geral do Estado) irá solicitar o fechamento das fronteiras, no território gaúcho, com esses países ao Governo Federal. Quanto ao período de restrição (quarentena) deve ser intensificado para 15 dias, porém sempre “observando a cooperação social”.

 BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS

         Na pauta da reunião remota, o deputado estadual Elton Weber, coordenador da Frente Parlamentar de Apoio aos Bombeiros Voluntários, expôs a importância do serviço, que no Rio Grande do Sul possui uma série de normas restritivas, sendo a mais preocupante a que autoriza a instalação de um comando voluntário apenas em municípios acima de 15 mil habitantes.

Para o parlamentar o ideal é a redação de um PL (Projeto de Lei) que derrube as regulações restritivas e harmonizar com o texto da Constituição Estadual. Nos últimos três anos foram atendidos mais de 70 mil demandas, sendo acidentes de trânsito, principalmente em trechos concedidos à EGR (Empresa Gaúcha de Rodovias) um dos principais serviços prestados, que em 2019 sofreu um sensível aumento, afirmou Elton.

EGR

         Também na pauta da reunião de integração, o presidente da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), Urbano Schmidt, apresentou o planejamento de obras e balanços da empresa que será concedida ao setor privado até 2021. A instalação de novas praças, a precariedade dos serviços prestados, ferramentas de tecnologia (atendimento, cobrança e obras), cronograma de melhorias e o tarifário foram amplamente discutidos e criticados por regiões como Serra, Vales do Caí e Taquari e Metropolitana.

RESULTADO 2019

         Aos executivos que participaram da reunião foi apresentado o balanço financeiro da Federasul, tendo como base os resultados no ano de 2019. A entidade apresentou um superávit de mais de R$ 740 mil. Simone defendeu que o resultado foi alcançado após muito esforço e conscientização dos gastos da Entidade com austeridade e espírito republicano e de pertencimento.

Conforme exposto no Regimento da Federasul, a Entidade não possui contribuição compulsória de seus associados.

PUBLICADO EM: 18 de março de 2020