O Brasil precisa focar na Ásia

Foi o que disse o presidente da FARSUL, Gedeão Pereira, ao falar nesta quarta (29) no Tá na Mesa da FEDERASUL

Dirigente da entidade que representa o agronegócio no Rio Grande do Sul, o presidente da FARSUL, Gedeão Pereira, foi o palestrante do Tá na Mesa da FEDERASUL desta quarta-feira (29). Ele ressaltou a grandeza e a importância do  setor para o Estado informando que apenas as exportações do agronegócio gaúcho somaram US$ 15,3 bilhões em 2021, uma alta de 52,4% em relação ao ano anterior. É o maior valor registrado desde o início da série histórica, em 1997, e representa um aumento de US$ 5,3 bilhões em termos absolutos.

    Ao dar as boas-vindas ao convidado, o presidente da FEDERASUL, Anderson Trautman Cardoso, destacou que a riqueza gerada pela agricultura não se restringe apenas ao campo. “Sempre que temos boas safras, temos um incremento na circulação de riqueza nos centros urbanos. A riqueza que sai da terra fomenta o nosso comércio, a prestação de serviços e a nossa indústria”, afirmou Trautman.

   O presidente da FARSUL, ao abordar o tema “O Brasil e o Agronegócio”,  analisou a crise global dos alimentos e disse não saber a que custos será lançada a nova safra. Lembrou que subiram os preços dos fertilizantes, máquinas agrícolas, óleo diesel, sementes e produtos químicos. “O custo da pandemia já chegou, ao acrescentar que ainda assim é melhor ter os produtos à disposição do que encontrar as prateleiras vazias como ocorre no Japão, China e Coreia do Sul, que dependem da importação para alimentar sua população”.

   Outra medida que traz preocupação ao setor, segundo Gedeão, é a possibilidade de taxação das exportações, como consequência da guerra da Rússia e Ucrânia e vista como alternativa de proteção aos países que dependem de importações. Para ele, a ideia é desastrosa, considerando que o Brasil é o maior exportador de alimentos do mundo, com 169,3 milhões de toneladas ao ano.

Gedeão Pereira defendeu ainda que o Brasil direcione seu foco para os países asiáticos que são os maiores importadores de alimentos e juntos somam uma população de 5 bilhões de pessoas. Ao finalizar destacou que o Brasil é um país magnífico especialmente pelo crescimento da agricultura, que passou de importador nos anos 1970 e poderá atingir a marca de possuir a maior agricultura do mundo em até dez anos. 

O presidente da FEDERASUL, Anderson Trautman Cardoso, encerrou dizendo que as duas entidades são irmãs, que nasceram no mesmo ano e, em 2022, completam 95 anos de trabalho, contribuindo para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Lembrou ainda que “a união de esforços é a chave para que o Estado cresça e se desenvolva”. 

PUBLICADO EM: 29 de junho de 2022