Missão comercial é oportunidade para vender mais

“Temos uma relação importante com a Argélia, por exemplo, que nos vende muito petróleo e tem superávit conosco. Podemos explorar mais o mercado da Argélia, vender mais para eles. Outros países, como Egito, Irã (que não é árabe) e Arábia Saudita também têm um potencial [de comércio] a ser explorado”, afirmou Ramalho após a realização do debate “Novas políticas para os setores da indústria, comércio e serviços”, organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) em São Paulo.

Ramalho também afirmou à ANBA que a relação comercial do Brasil com os países árabes tem uma “importância muito grande” e lembrou que algumas nações árabes, como a Arábia Saudita, são grandes compradoras de alimentos do Brasil. “Somos fornecedores, principalmente de alimentos, e podemos ampliar nossa presença. Por outro lado, os países árabes têm órgãos de investimentos em outras nações e o Brasil é a porta de entrada dos investimentos na região (da América do Sul)”, disse.

A missão comercial de empresários brasileiros ao Egito e à Argélia está sendo organizada pela Agência Brasileira de Promoção às Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Deverá ser realizada entre os dias 24 e 28 de março e, além dos empresários desses dois países, os brasileiros participarão de uma rodada de negócios com marroquinos e tunisianos.
Durante o almoço em São Paulo, Ramalho e o presidente da Apex-Brasil, David Barioni, apresentaram os planos do governo para ampliação das exportações brasileiras e o que poderá ser feito para que o País volte a ter superávit já neste ano. Em 2014, o déficit da balança comercial foi de US$ 3,9 bilhões.

Barioni afirmou que um dos objetivos da Apex é aumentar a quantidade de empresas que se internacionalizam e orientá-las a criar uma cultura de exportação. Ele afirmou que das mais de seis milhões de empresas brasileiras apenas 20 mil exportam e que a agência buscar auxiliar os planos de exportação de pequenas e médias empresas.

Ramalho garantiu que o governo brasileiro irá divulgar até o fim do primeiro semestre um plano de incentivo às exportações com foco na diversificação da pauta exportadora tanto em destinos como em produtos. Ele citou como exemplos o fato que o Brasil é grande exportador de produtos manufaturados aos países da América do Sul e observou, por outro lado, que as vendas para a Ásia são concentradas nas commodities. Também afirmou que o governo já tem se esforçado em ampliar as vendas aos Estados Unidos, como resultado da visita do ministro do MDIC, Armando Monteiro Neto, aos Estados Unidos no começo do ano, e também à negociação de um acordo bilateral com a União Europeia.
“Um dos principais objetivos do plano visa exatamente diversificar as exportações”, afirmou. Segundo Ramalho, os exportadores “não serão surpreendidos” com este projeto porque eles estão participando da sua elaboração e deverão ter parte das suas demandas atendida. Mais de 30 países deverão ser contemplados pelas ações de incentivo às exportações contidas neste projeto.

Do evento participaram executivos de empresas brasileiras multinacionais, sobretudo dos setores de serviços e indústria. Presidente do Lide Internacional, o ex-ministro do MDIC, Luiz Fernando Furlan, afirmou que no atual momento da economia brasileira, de crescimento lento e fraco, a saída é o incentivo às exportações. O presidente do Lide, João Dória, afirmou, por sua vez, que a seleção dos parceiros comerciais deve ser orientada pelas oportunidades que oferecem. “Não se faz política de exportação com alinhamento.

Fonte:  Agência Anba

PUBLICADO EM: 29 de abril de 2015