Federasul levanta dados sobre os impactos do coronavírus

Por meio de conference call, encontro reuniu presidentes de Entidades filiadas e empresários convidados, representantes das regiões Metropolitana, Vale do Sinos e Caí e Paranhana/Litoral

Na manhã desta quarta-feira (29), a Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (FEDERASUL), começou a ouvir, pontualmente, algumas de suas regionais. O encontro virtual durou duas horas e contou com mediação da presidente da Entidade, Simone Leite, e dos vice-presidentes de Integração, Rafael Goelzer, e Rodrigo Sousa Costa.

Como palavra de ordem as regiões resumem o momento em duas grandes linhas mestra: adaptabilidade e boas práticas sanitárias. Mas, além disso, o vice-presidente de Integração, Rafael Goelzer, fez duras críticas à formatação dos Decretos, na visão dele “falta embasamento científico, dizer a origem. É preciso uma visão global e segmentada por região, alicerçada em estratégias locais e individualizadas.O Estado deve comparar dados atuais com anteriores, e do mesmo período, e se preparar com um cenário mais crítico, que normalmente acontece no inverno”, afirmou.

Goelzer também comentou alguns dados como utilização de leitos no Estado e as taxas de infecção pelo novo coronavírus. No RS testes feitos apontam um provável acometimento por COVID-19, em 0,05% da população gaúcha. Na Alemanha esse número foi 40x maior, superando a casa dos 2% do total de enfermos.

A presidente Simone Leite concordou com Goelzer e criticou o papel desempenhado pelo Ministério Público que, ao invés de solucionar, criam decretos para se eximirem das próprias obrigações. “O MP está fazendo um desserviço ao Estado. Empresas quebrando, desemprego, pessoas com fome em casa. Isso é preocupar-se com a vida humana?”, indagou.

Na Região Sinos e Caí os impactos estão sendo sentidos em pequenas facções de tecido e calçados, porém na cidade de Feliz, foi desenvolvido pela classe produtiva local um programa de estímulo, aos moldes do Nota Fiscal Gaúcha, para que a comunidade compre na cidade, sem ter a necessidade de ir aos grandes centros. Esteio e São Leopoldo, que integram a região, cobram maior orientação do Poder Público aos cidadãos, principalmente na formação de filas junto a Caixa Econômica, em virtude do Auxilio Emergencial.

A Região Metropolitana está apostando no estímulo de novas alternativas, tal como o comércio via internet. Em Cachoeirinha, empresários estão formatando um projeto de uma plataforma de e-commerce que reúna todos os negócios da região nesta ferramenta.

O Vale do Paranhana, reduto da indústria calçadista gaúcha, se vê muito preocupada com a falta de previsibilidade e de apoio do Poder Público. Esta semana a indústria de calçados Picadilly fechou uma de suas unidades na cidade de Santo Antonio da Patrulha, no Litoral Norte. A região vê a recuperação da economia local com a retomada da construção civil, aliado às boas práticas e o distencionamento da relação MP x comércio. A localidade usou como pano de fundo o caso da cidade de Montenegro, pertencente à região do Vale do Caí.

A localidade seguiu os protocolos sanitários e passado o período de 11 dias o comércio foi reaberto e não houve ônus algum, nem registro de casos. Sabendo da retomada, o MP notificou o prefeito da cidade e ordenou o fechamento, pois o chefe do Executivo municipal poderia incorrer em crimes de responsabilidade.

Ao fim da reunião, o vice-presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, fez questão de levantar fatos históricos, quando ocorreram dificuldades muito maiores, como a Gripe Espanhola e o Crash da Bolsa, além das I e II Guerras Mundiais. “O momento é, sem dúvida, difícil. Isso serve para mostrar de que “aço” somos forjados. Iremos sair dessa. Alguns quebrarão e retomarão mais a frente. É preciso que estimulemos uns aos outros. Tudo vai passar”, afirmou Rodrigo.

PUBLICADO EM: 29 de abril de 2020