Empresa adaptada à LGPD ganha diferencial competitivo

A Lei Geral de Proteção de Dados foi o tema do Tá na Mesa, desta quarta

 

                A complexidade e os benefícios da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) nos negócios foi debatida do Tá na Mesa, da FEDERASUL, por três especialistas que falaram sobre ângulos diferentes e suas repercussões. As empresas que se adaptarem à LGPD ganham em diferencial competitivo e garantem uma reputação diferenciada. O consumidor, no entanto, ainda pouco sabe sobre seus direitos.

         Fernanda Girardi, diretora e coordenadora da Comissão de Proteção de Dados da Divisão Jurídica da FEDERASUL mostrou não só as implicações jurídicas da LGPD. Luiz Carlos Zancanella, presidente do Conselho da Safeweb detalhou os efeitos técnicas da Lei e Marta Saft, presidente da Thoughworks, falou sobre a evolução do desenvolvimento de negócios. O evento online, teve a coordenação do vice-presidente jurídico da FEDERASUL, Milton Terra Machado.

         Com a LGPD todo o negócio precisa ser repensado, disse Fernanda Girardi e, junto com o novo cenário, a conformidade requer um projeto de adequação. Lembrando dos dados de uma pesquisa do Procon de São Paulo, feita com 7 mil consumidores, revelando que 65% desconheciam a LGPD, ela destacou a necessidade de um processo de educação sobre as implicações da Lei. No cenário das empresas, enfatizou, há um custo de adaptação que envolve questões técnicas, mas quando adequada, as empresas alcançam boa reputação no mercado. “Ajustadas à LGPD, as corporações, pequenas, médias ou grandes, terão repercussões nas relações comerciais com parceiros que estão também adequados”, salientou.

         As repercussões da LGPD, além de externas são internas pois na sua implantação, as empresas ganham uma grande oportunidade de revisão de práticas e de processos internos. “Quanto maior for o grau de engajamento dos Conselhos de Administração maior serão os benefícios”, lembrou Fernanda. Já, o presidente do Conselho da Safeweb, esclareceu que as empresas precisam saber que dados de seus consumidores elas realmente necessitam. “Elas não precisam manter dados que não fazem parte de seus negócios”, enfatizou.

         Zancanella disse ainda que as corporações devem definir as políticas de melhores práticas e também implementar. “Não basta definir sem usar, monitorar e auditar para provar sua conformidade”. Esclareceu que o processo de adequação requer um software para governança, risco e conformidade que terá um preço às empresas e enfatizou que “o retorno virá ao longo do tempo”.

         De acordo com a presidente da Thoughtworks, o aspecto educacional é importante e é essencial colocar as pessoas no centro das mudanças. Lembrou que é importante desmistificar a LGPD e que as empresas que compartilham boas práticas são sustentáveis. Marta Saft mostrou ainda a importância da co-criação de soluções, lembrando que “é um trabalho em conjunto”. Ela encerrou sua fala dizendo que “nossos parceiros e clientes também estão em adaptação”.         

PUBLICADO EM: 22 de setembro de 2021