Que o desânimo não nos faça desacreditar!

A conjuntura de enfrentamento ao coronavírus tem sido um grande desafio para todos nós, pois a sociedade está lidando com o apavoramento cotidiano. O que imaginávamos lá atrás ser uma quarentena, já dura um ano e ainda não sabemos o desfecho, não obstante tudo leva a crer que estamos nos aproximando do fim da pandemia, afinal, a vacina está aí.

Por conta deste momento, algumas empresas lutam para sobreviver e o compliance deixou de ser uma pauta prioritária. Entretanto, temos a nobre missão de defender e utilizar todos mecanismos de engajamento, em todos os níveis da empresa, para seguirmos comprometidos mesmo em meio ao caos. Compliance é estratégico, não pode ficar em segundo plano!

Não podemos perder tudo que foi conquistado até então. Temos que seguir disseminando a cultura da integridade, dar o nosso melhor, com as condições que tivermos para tanto, mesmo que não sejam as ideais. O compliance protege as pessoas e a instituição. É preciso seguir em frente com o que for razoável para o tamanho, estrutura e circunstâncias da sua empresa.

Um dos pilares mais importantes de um programa de compliance, se não o maior deles, é o “Tone From The Top”, que é o comprometimento da Alta Gestão. Se os líderes tiverem valores éticos como prioridade pessoal, este será o legado que deixarão nas instituições que comandam na hora de desligar profissionais, reduzir salários e tomar decisões importantes. Dessa forma, certamente a ética também será aplicada na crise que uma pandemia gera.   

É tempo de adaptação à nova realidade. Há uma necessidade imediata de ajustes no planejamento para aqueles que não dispunham de ferramentas para treinamentos on-line, por exemplo. Existem possibilidades, sem custo, de buscar alternativas viáveis para seguir levando conhecimento e informações para todos colaboradores sobre a importância de manter o compliance vivo. Compliance é para todos, pequenas e médias empresas inclusive, e não é necessário um grande investimento financeiro para tanto. Compliance é fazer e demonstrar o que se faz. Ser efetivo!

O mundo corporativo depende da confiança, da credibilidade, tanto para conquistar seus clientes, parceiros, fornecedores, quanto para seus colaboradores, e nem mesmo uma crise como a que estamos passando justifica o não cumprimento rigoroso das leis e regras, internas e externas à instituição. O gerenciamento dos riscos, se bem trabalhado, é uma oportunidade de melhoria contínua e uma excelente prática.

O errado é claro para as pessoas, e elas são as empresas! Ninguém quer mais consumir, trabalhar e pertencer a uma instituição que não atue de forma correta. Neste contexto de “desânimo” com as notícias no mundo todo, as empresas tem responsabilidade de agir com ética, mesmo frente a todas as dificuldades impostas por uma pandemia. A transparência traz luz e precisamos dela, não só no final do túnel!

“Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe”. Sejamos fortes e não deixemos de acreditar na ética, na moral, na transparência, não só na condução dos negócios, mas em todas as nossas atitudes!

Carolina Job Junqueira dos Santos
Membro da Comissão de Ética e Compliance da FEDERASUL.

PUBLICADO EM: 29 de abril de 2021