Cenário da COVID-19 no RS é debatido na Reunião de Integração da FEDERASUL

Encontro contou com a presença do secretário da Fazenda

Com a pauta COVID-19, líderes empresariais e presidentes de ACIs filiadas à FEDERASUL se reuniram virtualmente nesta quarta-feira (08), para discutir os impactos da pandemia e as perspectivas para retomada econômica. Na abertura, a presidente da FEDERASUL, Simone Leite reafirmou que a atual situação de paralisia da atividade produtiva continua inaceitável. “Empresas estão fechando, e no horizonte de até quatro meses, nem o setor supermercadista se salvará desta grave crise, visto o aumento expressivo do desemprego”, disse.

O vice-presidente de Integração e mediador do encontro, Rafael Goelzer, criticou as declarações das autoridades públicas, que persistem em paralisar a atividade econômica, por consequência não da pandemia, mas “pelo sucateamento do sistema público de saúde, que há décadas não recebe investimentos”, afirmou. Ele atualizou os números da situação das UTIs no RS, que está com 71,6% de sua capacidade ocupada, mas dentro deste universo, 30,2% representam ocupação por COVID.

Participou também, como convidado da reunião, o secretário da Fazenda, Marco Aurélio Santos Cardoso. Ele falou sobre as ações do Governo do Estado no enfrentamento à crise sanitária. Entre as alternativas apresentadas são: readaptação da atuação da Fazenda, como a não inclusão em serviços de proteção ao crédito. Outra ação é a suspensão da retirada, por atraso, junto ao programa REFAZ e Compensa. Na sequência, o secretário falou sobre as postergações dos vencimentos do ICMS, aos integrantes do Simples Nacional, por 90 dias, e a prorrogação da apresentação de garantias reais para efetivar parcelamentos de dívidas junto ao fisco estadual.

Segundo Marco Aurélio, a queda na arrecadação do ICMS registrou -7,2%, no acumulado de março até 15 de junho. Os setores que mais impactaram os números foram calçados e vestuário (-34,3%); matalmecânico (-23,6%); veículos (-19,3%); eletrônicos (-12,2%) e comunicações (-10,1%). Além disso, o secretário da Fazenda salientou que “os limitantes do setor da Saúde não são de ordem financeira no Estado, já que a SEFAZ está fazendo os repasses e não houve contingenciamento na área”, afirmou.

O horizonte econômico também pautou o encontro, com a presença do vice-presidente de Economia da FEDERASUL, Fernando Marchet. Segundo gráficos apresentados pelo economista, o comportamento da inflação deve seguir moderada, sem alterações. Porém o desemprego é o fator de maior preocupação. A evolução do trabalho informal e do desemprego, que já registra 12,9% da população desempregada, acumula 12,7 milhões de trabalhadores.

PUBLICADO EM: 8 de julho de 2020