Associação Comercial de Porto Alegre vai intermediar negócios com Macau

Presidente do Ipim, Jackson Chang e Presidente da ACPA, Paulo Afonso Pereira . Foto: Renato Albasini

Presidente do Ipim, Jackson Chang e Presidente da ACPA, Paulo Afonso Pereira . Foto: Renato Albasini

Na primeira reunião internacional da gestão do presidente Paulo Afonso Pereira na Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), com representantes do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (Ipim) que visitaram a capital gaúcha, ficou acertada a formatação de protocolos de cooperação entre as duas cidades para assinatura em outubro próximo, durante a Feira Internacional de Macau. “Queremos ser facilitadores de possíveis negócios entre os empresários de Macau e de Porto Alegre e centralizar os contatos na Associação Comercial. A ACPA quer ser a casa de negócios com Macau”, explicou Pereira.
O vice-presidente da ACPA, Raul Cohen, também presente no encontro que aconteceu no Palácio do Comércio, chamou a atenção dos empresários de Macau sobre o potencial da Região Metropolitana de Porto Alegre como uma plataforma de produção de semicondutores (chips) em parceria com as universidades.
Segundo o presidente do Ipim, Jackson Chang, o objetivo da viagem a Porto Alegre e São Paulo é promover a cooperação econômica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa. Em 1999, o território deixou de ser colônia portuguesa depois de mais de 400 anos e foi entregue à China, mas tem uma certa autonomia administrativa. Macau é uma Região Administrativa Especial da República Popular da China (RAEM), como Hong Kong. A língua portuguesa continua sendo falada em Macau, além do cantonês.
Com o apoio do governo central da China e dos países de língua portuguesa, já ocorreram quatro edições da Conferência Ministerial do Fórum de Macau. Os planos de ação estabelecem as metas econômicas e comerciais a serem alcançadas e os principais meios de cooperação para atingir esses fins. Os planos de ação visam promover as relações econômicas mútuas entre os membros do Fórum de Macau com base em diversas medidas de apoio ao investimento e comércio. Este ano o Fórum vai acontecer na Guiné-Bissau, na África.
Segundo Chang, os empresários de Macau possuem um bom conhecimento dos mercados da China e dos Países de Língua Portuguesa. “Estas vantagens contribuem para o aprofundamento do papel de Macau como a plataforma de serviço entre a China e os países de língua portuguesa.”
Para aperfeiçoar a base das infraestruturas financeiras, o Banco Central da China autorizou Macau como plataforma de liquidação do RMB (Renminbi, moeda chinesa) nas transações entre a China e os países de língua portuguesa. O representante do Banco da China, um dos quatro maiores bancos comerciais chineses, Zhao Hao, revelou que em 2015 o montante de liquidação de RMB cresceu em 22,81% em relação ao ano anterior. No Brasil o Banco da China tem sucursais em São Paulo e Rio de Janeiro.
Negócios
Entre os 22 integrantes da delegação do Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau, representantes do setor financeiro, comércio, imobiliário, varejo de carnes, produtos minerais e material de construção.
O presidente da empresa Nam Kwong, Cheng Ying Jun, busca fornecedores de carnes e considera que produtos alimentares representam um grande mercado para gaúchos na China. Existe também interesse em parceiros para instalar uma montadora de motos. O projeto seria vender as motos no Brasil e demais países da América Latina. Os chineses querem também abrir lojas de conservas no Brasil, principalmente de peixe. A proposta é adquirir produtos prontos.
Em 2015, o Brasil exportou para a China um total de US$ 35,6 bilhões e importou daquele país US$ 30,7 bilhões (contra US$ 40,6 bilhões e US$ 37,3 bilhões em 2014, respectivamente), obtendo, como resultado, superávit no comércio bilateral de US$ 4,9 bilhões. Desde 2009, o Brasil acumula um superávit com a China de quase US$ 46 bilhões.

PUBLICADO EM: 6 de maio de 2016