Primeiro painel do evento contou com as palestras do vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes, e do diretor de Assuntos Públicos da CMPC, Augusto Robert
O 2º Congresso Estadual de Infraestrutura, realizado pela FEDERASUL nesta quinta-feira (26), iniciou com o painel “Infraestrutura como alavanca de desenvolvimento”. Abriram a sequência de apresentações o vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes, e o diretor de Assuntos Públicos da CMPC, Augusto Robert, com a mediação do presidente da entidade, Rodrigo Sousa Costa, e do vice-presidente de Infraestrutura, Antônio Carlos Bacchieri. O evento ocorreu no Palácio do Comércio, em Porto Alegre.
Em sua fala de abertura, Costa ressaltou a relevância da infraestrutura não apenas para o setor produtivo, mas também para toda a população gaúcha. “A infraestrutura diz respeito à qualidade dos nossos negócios, mas também à qualidade de vida de nossas famílias”, afirmou. A melhoria da estrutura do estado, em consonância com o desenvolvimento econômico, é a única saída para evitar o que Costa chama de um “êxodo”: a saída de gaúchos do RS em busca de melhores condições para viver, em outros estados.
Superporto
O presidente da FEDERASUL lembrou que tragédias recentes, como as enchentes no estado, reforçam a urgência de pensar em cenários extremos. Além disso, afirmou que o Porto de Rio Grande ganha mais centralidade no desenvolvimento do estado. “Todos os olhos se voltam para o porto do Rio Grandel, que é o hub do Mercosul. O futuro do RS passa pelo superporto de Rio Grande”, disse, ao defender mais recursos federais para potencializar a infraestrutura do local.
Outro ponto crítico levantado por Costa foi o alto custo dos pedágios no estado, que, segundo ele, afeta a economia do estado. “Temos os pedágios mais caros do Brasil, o que tira a competitividade das nossas empresas.”
Abandono histórico
O vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes, também participou do painel, fazendo uma análise comparativa entre a infraestrutura dos Estados Unidos e do Brasil. “Lá, eles construíram ferrovias antes do iPhone”, disse, destacando a disparidade dos investimentos em infraestrutura no Brasil. Gomes criticou o abandono histórico da infraestrutura gaúcha pelo governo federal, afirmando que isso resulta na perda de mão de obra e talentos, sendo que o Rio Grande do Sul é a quarta maior economia do país.
Ao analisar os gastos públicos, o vice-prefeito foi categórico: “Não haverá o investimento público necessário para o desenvolvimento, basta ver as contas públicas”. Ele argumentou que os atuais gastos mantêm “um crescimento artificial” e que o salto necessário em infraestrutura permitirá um crescimento econômico genuíno. “Precisamos retornar à altivez de sermos a quarta economia do Brasil.”
Colaboração
O diretor de Assuntos Públicos da CMPC, Augusto Robert, apresentou a atuação da empresa no mundo, no Brasil e, em especial, no Rio Grande do Sul. Robert destacou que a CMPC evitou mais de 100 mil viagens de caminhão utilizando hidrovias, defendendo a utilização desse modal como parte dos pilares de desenvolvimento, que incluem silvicultura sustentável, conservação ambiental e cultural, infraestrutura logística e produção industrial avançada.
Robert também apontou a necessidade de melhorias na infraestrutura do estado. “Precisamos de um terminal portuário adequado para transportar mais de 5 milhões de toneladas de celulose”, afirmou. Segundo ele, 20% do abastecimento da unidade de Guaíba é realizado via hidrovia, e a colaboração com o estado é fundamental para resolver gargalos logísticos.