Candidatos ao governo do RS dão a receita para a recuperação fiscal do Estado

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Cinco candidatos ao Piratini foram os convidados do Tá na Mesa dessa quarta-feira (22), promovido pela Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul). Durante os cinco blocos de debate, os palestrantes Eduardo Leite (PSDB), Jairo Jorge (PDT), José Ivo Sartori (MDB), Mateus Bandeira (Novo) e Miguel Rossetto (PT) falaram sobre empreendedorismo, gastos públicos, a nova política e segurança.

O primeiro bloco foi para a apresentação dos candidatos e considerações iniciais. Cada candidato teve 4 min de fala, cuja ordem foi sorteada durante o encontro. Já em um segundo momento, a presidente da Federasul, Simone Leite, sorteou perguntas enviadas pelas entidades filiadas de todo o Estado. O tempo e a ordem de respostas também foi feita por meio de sorteio, em que cada candidato respondeu a uma pergunta diferente.

Já no terceiro bloco, a Federasul propôs que uma mesma pergunta sobre reajuste fiscal fosse respondida por todos os candidatos. A questão versou em identificar soluções objetivas para recuperar as finanças do Rio Grande do Sul e gerar receita.

Segundo Jairo Jorge, primeiro candidato sorteado para se manifestar, é preciso resgatar a era da competitividade, incentivar o empreendedorismo e diminuir a alíquota. “Eu defendo a lei do gatilho. Proponho que, em 1º de julho de 2019, caia a alíquota para que possamos avaliar a eficácia da medida para aumentar a receita. Tenho certeza que teremos um efeito positivo em julho de 2020, quando poderemos rebaixar o percentual novamente e promover o crescimento do Rio Grande”, explicou.

Já Miguel Rossetto, defendeu a criação de uma agenda produtiva para gerar uma base estrutural ao governo. “Precisamos trabalhar para criar emprego, estimular as cooperativas e agroindústrias, integrar o governo e as universidades, além de recuperar o polo naval”, defendeu. De acordo com o candidato, “nem o Brasil, nem o Estado vai evoluir sem democracia e com exclusões políticas. É preciso pensar no desenvolvimento social para podermos ajustar as contas públicas”.

Nessa linha de focar na sociedade, José Ivo Sartori afirmou que “o problema é ver que o Estado gasta para si mesmo e não para a população”, criticou. Segundo ele, é fundamental que o Rio Grande do Sul possa aderir ao Regime de Recuperação Fiscal e inicie o processo de privatização ou federalização das empresas estatais. “Nós só conseguiremos fortalecer o Estado quando pudermos investir nossos recursos em segurança, políticas sociais e educação”, finalizou.

Para Eduardo Leite, o segredo para as finanças do Rio Grande do Sul está em uma construção conjunta com órgãos e instituições. Segundo o candidato, é preciso que o governador eleito seja uma liderança política capaz de relacionar e interagir com ministérios e Assembleia Legislativa. “Temos muita força empreendedora aqui no Estado, mas falta espaço. O governo deve fiscalizar, mas não limitar, nem dificultar, o trabalho dos empreendedores”, concluiu ao defender a redução da burocracia e a melhoria da infraestrutura estadual.

Ao finalizar o terceiro bloco, Mateus Bandeira frisou que a culpada pelo aumento da despesa no Estado é a irresponsabilidade fiscal. Segundo ele, “a educação e a segurança são os principais fatores que afetam os nossos negócios, mas a falta de recursos impede que sejam feitos investimentos nessas áreas”. A solução seria a aprovação das privatizações para criar fundos de investimento, que possam gerar riqueza e incentivar o crescimento econômico.

Apesar de algumas discordâncias durante o evento, todos os presentes concordaram no quarto bloco, quando a questão discutida foi segurança. Entre as principais soluções comentadas: integração entre as polícias, administração de efetivo, compra de equipamentos e tecnologia, educação preventiva e melhoria no sistema prisional. O quinto bloco foi apenas para considerações finais de cada candidato.

Para a presidente da Federasul, Simone Leite, ficou claro, no encontro, a boa vontade e as boas ideias apresentadas pelos candidatos ao governo do Estado. Segundo ela, é preciso agora que os empresários se mobilizem, enquanto formadores de opinião, para incentivar um debate político responsável e que vise o progresso do Rio Grande do Sul.