Gustavo Franco, Economista

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Gustavo Franco defende privatização como condição para a retomada do crescimento

Com discurso técnico-político, ex-presidente do BACEN defende a ampliação da privatização da máquina pública brasileira para atrair investimentos internacionais ao País

A Federasul (Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul) recebeu nessa quarta-feira (25/04) o economista e ex-presidente do Banco Central (BACEN), Gustavo Franc. O atual presidente da Fundação Novo e estrategista-chefe da Rio Bravo Investimentos – nome cotado para o Ministério da Fazenda, caso a chapa de João Amôedo (Novo) venha a ser vitoriosa na eleição ao Planalto em outubro – defendeu veemente a necessidade de “privatizar tudo, porque o desempenho das estatais tem sido lamentável”.

Gustavo Franco, que exerceu no fim dos anos 90 a presidência do BACEN e é um dos principais personagens da criação do Plano Real, em 1994, fez questão de mostrar números da economia brasileira, de forma didática, no último século e, também, comparar a imagem do país, no quesito trabalho, renda e qualidade de vida, frente aos demais países da comunidade internacional.

Crítico ferrenho dos governos populistas, lembrou o período de Dilma Rousseff (2010-2015), que segundo ele “foi um verdadeiro desastre, mas que serviu para mostrar a força do Real, que se manteve apesar da dura prova de fogo”. 

Ainda no mote das privatizações, Franco afirmou que “privatizar é assegurar que o serviço seja prestado, afinal, caro é não ter serviços”, enfatizou. Analisando os números comparativos entre o funcionalismo público brasileiro e de outros países, aqui no Brasil, o empregado público ganha, em média, 67% a mais que os mesmos profissionais, com características idênticas.

Além da privatização, outro ponto abordado por Franco foi o das Reformas Estruturantes promovidas pelo Governo Federal. Para ele “a reforma assegura salário e velhice dignos”. Ele foi além dizendo que o trabalhador deve ter a noção básica de que a aposentadoria deve ser vista como uma “caderneta de poupança” e o salário tem que ser condizente com a contribuição feita pelo trabalhador ao longo de sua vida.

A presidente da Federasul, Simone Leite provocou o economista sobre o programa de recuperação fiscal proposto pelo Governo Federal aos estados em dificuldades financeiras, caso do Rio Grande do Sul. Franco disse que “o Regime de Recuperação Fiscal é algo louvável e que ele pode, sim, retomar o equilíbrio financeiro e, também, da retomada do crescimento da economia dos estados”. E criticou, dizendo que os governantes devem “enfrentar o gás lacrimogênio das manifestações e pensar na sustentabilidade financeira do Estado como um todo, e não olhando para pequenos grupos que estão preocupados com seus interesses e não com os da população, que é a sócia majoritária”.