Impostos: o peso do desgoverno

O 24 de maio é considerado o dia da liberdade de impostos. Foi a forma didática que a sociedade civil organizada encontrou para explicar o tamanho da carga tributária no Brasil. Ela tira muito e dá pouco retorno para o cidadão. Isto significa que nós brasileiros, trabalhadores e empreendedores, precisamos trabalhar quase cinco meses exclusivamente para pagar impostos.

E o que é pior: a cada ano, o dia da liberdade de impostos avança mais no tempo de trabalho necessário para dar conta dos impostos. Seria o mesmo dizer que, somente a partir de amanhã, o resultado do trabalho servirá para pagar os salários dos funcionários, dos fornecedores, dos insumos.

Também a partir desta quarta-feira (25), milhões de empregados começam a trabalhar para seu sustento – ensino privado de qualidade para seus filhos, saúde privada, segurança, roupas, alimentação e por todas as necessidades de uma vida digna.

Empreender requer capacidade emocional de correr riscos, arriscar perder em alguns momentos para ganhar em outros. Não há garantias, apenas expectativas que movem empreendedores que investem, contratam ou demitem. Não acredito em solução para superar qualquer crise no mundo que não passe por trabalho bem feito, produção honesta e moralidade nas relações.

Enquanto aceitarmos um Brasil que sufoca e hostiliza seus empreendedores teremos cada vez menos empregos disponíveis, menos riqueza produzida e menor arrecadação compartilhada.

É lamentável constatar que hoje, de um lado, está quem faz o trabalho bem feito, produz honestamente, trabalhadores, empreendedores e a grande maioria dos servidores públicos, enquanto do outro, estão a ineficiência, a má vontade, os recursos mal aplicados, a corrupção pública e privada.

Parte da sociedade ainda precisa acordar para garantirmos um bom dia.

 Simone Leite

Presidente da Federasul

 

PUBLICADO EM: 24 de maio de 2016